Filosofia, O Criticismo
O criticismo
kantiano parte na confluência do racionalismo,
do empirismo
inglês David Hume
e a ciência
física-matemática
de Isaac Newton.
Seu caminho histórico está assinalado pelo governo de Frederico II, a independência americana e a Revolução Francesa.
As
questões de partida do Kantismo são o problema do conhecimento, e a ciência,
tal como existe. A ciência se arranja de juízos que podem ser analíticos e sintéticos. Nos primeiros (o
quadrado tem quatro lados e quatro ângulos internos), fundados no princípio de
identidade, o predicado aponta um atributo contido no sujeito. Tais juízos
independem da experiência, são universais e necessários. Os sintéticos, a posteriori
resultam da experiência e sobrepõem ao sujeito no predicado um atributo que
nele não se acha previamente contido (o calor dilata os corpos), sendo, por
isso, privados e incertos.
Uma
indagação iminente que o levara à sintetização do pensar: Que juízos constituem
a ciência físico matemática? Caso fossem analíticos, a ciência sempre diria o
mesmo (e não é assim), e, se fossem sintéticos um hábito sem fundamento (o
calor dilata os corpos porque costuma dilatá-los). Os juízos da ciência devem
ser, ao mesmo tempo, a priori, quer dizer, universais e necessários, e
sintéticos objetivos, fundados na experiência. Trata-se pois, de saber como são
possíveis os juízos sintéticos a priori na matemática e na física,
("Estética transcendental" e "Analítica transcendental"), e
se são possíveis na metafísica ("Dialética transcendental", partes da
Crítica da razão pura).
Para
os juízos sintéticos a priori são admissíveis na matemática porque essa ciência
se fundamenta no espaço e no tempo, formas a priori da sensibilidade, intuições
puras e não conceitos de coisas como objetos. O espaço é a priori, não deriva
da experiência, mas é sua condição de possibilidade. Podemos pensar o espaço sem coisas, mas não coisa sem espaço. O
espaço é o objeto de intuição e não conceito, pois não podemos ter intuição
do objeto de um conceito
(pedra, carro, cavalo, etc.), gênero ou espécie. Ora, o espaço não é nem uma coisa nem outra, e só há
um espaço (o nada,
referindo ao espaço).
Nenhum comentário:
Postar um comentário